sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Você se Parece Com o Que?

Você se Parece Com o Que?

Toda vez que entro de férias do curso que ministro no Leblon, deixo de lado os livros tão presentes em minha vida e me ponho a ser pesquisador em banca de jornal.
Adoro, para descansar a cabeça, folhear revistas e como um devaneio descompromissado me ponho a ler uma a uma. São pinçadas revistas de decoração, de psicologia orientada para o público feminino, bem como outras tantas.
No sábado estava com espírito buscador de ineditismos e lá fui com olhos aventureiros a procura de algo novo. Encontrei uma revista linda, folha e capa de primeira e com adrenalina comprei-a. 
Preparei-me para fazer a descoberta e com a manta me aninhei. 

Ao abri-la vi que se tratava de uma revista sobre festas cool e DJs. Que decepção a minha. Nada a ver comigo. Só tinha comprado esta. 
Nada a fazer!
Comecei então a pensar nos questionamentos que havia colocado no quadro na última aula deste semestre.

“- Qual a sua maior identificação atual?”
  - Você está parecido com o que?
  - Você está parecida com quem?”
A minha revista estava destituída de qualquer elemento identificatório comigo. Era um significado que não se tornou significante. Eu, portanto não tinha identificação alguma com ela.
Pensei nas identificações que temos na vida.
Você pode se identificar com mar ou piscina, cidade ou floresta, com cão ou com gato, com filme francês ou americano, com cabala ou com o budismo. Cada coisa irá definir a sua pessoa, o seu estilo e o seu perfil.
Mas além dessas existem também as identificações com as circunstâncias, com os sentimentos, com as realidades e com os acontecimentos positivos ou negativos.
Você já se fez esta pergunta? Já se indagou o por que você carrega um sentimento há tanto tempo?
Você está parecido com o que? Com o abandono que alguém trouxe a você e passou a viver como abandonada?
Você está parecida com o vazio de uma ausência e se tornou o vazio?
Está sem perceber fixada nas situações que criam apenas os sentimentos ruins? 
Deixou de se identificar com as coisas que estão corretas e boas e está projetada nas identificações negativas?
Se sim, está então na leitura da revista errada que não trará nada de construtivo para você.
Identifica-se apenas com os vazios, as doenças, os remorsos e as faltas? Tem dúvida que o seu rosto será o reflexo do que você se identifica?
Como Freud afirma, é através das nossas identificações que estruturamos nossa realidade psíquica e através dela é que vamos sentir a vida.
Tornamo-nos coerentes com aquilo que nos fixamos, identificamos e introjetamos.
Se você só se alimenta das coisas que faltam ou que estão com defeito de modo algum poderá sentir satisfação em si mesmo, em relação à vida ou em relação à alguém.
Somos modelados através daquilo que mais olhamos.
Toda vez que alguém descobre no curso que sou filho da Virgínia, aquela que realiza palestras sobre testemunhos de vida em vários locais, ouço: “Você se parece com ela.”
É fato! No modo de ser por me identificar com muitos aspectos dela e também de meu pai, assimilei e tudo passou a fazer parte da minha psicológica corrente sanguínea.
Já percebeu se você está reproduzindo algum padrão de comportamento da sua avó melancólica?
Você está parecido com o seu tio amargo?
Você está parecida com a sua mãe ressentida?
Você se torna a imagem e semelhança de suas identificações conscientes ou inconscientes.
Encontrei por acaso um conhecido que há muito não o via e que me contou que teve um problema no ligamento do tornozelo esquerdo. Contou-me que ficou um mês sem poder colocar o pé no chão. De muleta depois de uns dias se tornou impossível andar, pois machucava a palma das mãos. Disse-me que se pôs a encontrar uma solução. Como atendia em casa para trabalhar era mais fácil, mas para realizar a rotina diária tudo estava complicado. Parou, pensou com identificação em encontrar uma solução e a mente então trabalhou sob este comando e criou uma alternativa para ele: Imaginou uma mochila nas costas para carregar o que precisava de um lado para outro e para ficar livre da muleta passou a engatinhar... Ao se dar esta solução encontrou um modo de se perspectivar. Impediu-se de se identificar com a limitação e buscou uma identificação operacional, produtiva e positiva.
Mudou o seu foco. Olhou e elegeu para se identificar com a perspectiva de uma solução.
Mudanças de foco é um ato de amor, de amizade a si, de generosidade e gratidão com o tempo que a vida nos oferece para viver.
Ganhei na última aula de uma aluna um livro intitulado “Poesia Completa de Manoel de Barros” da editora Leya, que achei a minha “cara”! Ao abrir me deparei com um trecho que transcrevo:
“Ando muito completo de vazios.
Meu órgão morrer me predomina.
Estou sem eternidades...
Enfiei o que pude dentro de um grilo.
Essas coisas me mudam para cisco...
Estou deitado em compostura de águas.
Na posição de múmias me acomodo.”
Assim se fez este interlocutor... Enfiou a vida em algo mínimo, que o fez cisco, e se posicionou como múmia a espera de outra vida para viver... Se tornou isso pois assim elegeu esta forma de ser para se identificar. Se fez pequeno, se fez cisco e se tornou múmia. Engessou-se para as perspectivas e se tornou petrificado.
Você sabe se dizer?
Vai se colocar deitado como múmia a espera de outra encarnação para ser o que pode ser agora?
Comece engatinhando... Com o tempo você irá se equilibrar nas boas identificações. Naquelas que trazem a melhor versão de você mesmo.
Eu, como se diz, não morri na praia.
Fui à banca, expliquei-me e troquei por outra revista.
Remova as identificações que mumificam e engessam as linhas negativas de ser.
Escolha bons momentos para se identificar, boas pessoas para se modelar e se perspective através das identificações positivas.
Saiba Ser.
Você se parece com o que?
Pode ter certeza: com aquilo que você escolhe para se identificar.

Felicidade... Mágica ou Magia?

Felicidade... Mágica ou Magia?

Alguém me disse outro dia, que achava que a felicidade era reservada somente para algumas pessoas iluminadas.
De fato a ideia da felicidade é encantadora nos magos e nos líderes espirituais. Inspira divindade. 
A perfeição que parece isenta de esforço para existir, se torna mágica aos olhos da humanidade. Uma pessoa que pareça naturalmente bela inspira também divindade... A ideia da falta de esforço em ser algo desperta o conceito do eleito, do abençoado e isto mexe com a fantasia de muitos.
Por que tudo isso?
Porque o esforço lembra dificuldade, rigor, trabalho e o que acaba por quebrar o encanto.
O cantor de ópera que canta uma ária sem demonstrar qualquer preocupação no que faz nos parece mágico. Torna-se um iluminado.
O ator que encarna o personagem e nos leva a esquecer da própria identidade, nos parece incorporado e iluminado.
Por esses aspectos é que algumas pessoas, quando se deparam com a realidade de que o equilíbrio emocional e a limpeza de um ressentimento envolvem um trabalho que é destituído de qualquer milagre, se decepcionam. A partir daí, passam então a viver uma gradual desistência do que ambicionavam. 
A mobilização de muitos é estimulada por uma ideia de receita rápida e miraculosa.
Por que isso acontece tanto?
Porque simplesmente acham que a felicidade deve ser algo divino e quem a tem a tem... Está incorporado numa genética abençoada, rara e única. 
A conquista da perfeição sobre a imperfeição envolve uma construção.
Ser uma pessoa leve, ser segura, ser mais independente está longe de ser uma conquista de um só golpe, de um só dia, e, portanto nem tampouco de uma só sessão de análise.
Um lado profundo da humanidade detesta todas as conquistas que envolvem esforço num tempo maior. Na mentalidade das pessoas no mundo atual as dietas devem ser mágicas e as perdas de peso no viver também.
Detox de vinte quatro horas para retirar todos os excessos e todos os complexos.
Estamos vivendo o império do não esforço prolongado.
Análise relâmpago... Aprendizados em uma só aula... Impaciência para retomada de temas... Impaciência para a reconstrução de afetos.
Fui assistir a peça “Rain Man” no teatro dos Quatro aqui no Rio de Janeiro, com Marcelo Serrado no papel de autista. Ele estava tão habitado pelo personagem que em certos momentos nos sentíamos integrantes daquela realidade. Um teatro lotado em silêncio e posso dizer que todos da plateia estavam tomados pela fluidez com que o personagem acontecia. Parecia não haver esforço nas difíceis modulações de voz, nas contrações do rosto e nas contorções das mãos. Ao terminar o espetáculo os aplausos foram de pé, mas para quem tem experiência de assistir peças fora do Brasil vê-se que nesta terra os aplausos são intensos, mas curtos.
Li em certa ocasião que os aplausos são para despertar os deuses para abençoarem aqueles que trabalharam algo de maneira profunda e disciplinada e se apresentaram de forma divina e encantadora. 
Os aplausos são, portanto um chamado às divindades para que eles possam jorrar dos céus recompensas pelo lindo trabalho realizado.
No Brasil muitas vezes este “chamado” é tão rápido, devido aos curtos aplausos apesar de intensos, que os “deuses” mais sonolentos, ou distraídos não são mobilizados, o que deve fazer com que os artistas saiam muitas vezes sem essas bênçãos finais... Penso que a mecanicidade do mundo de hoje abrevia e banaliza a noção do trabalho do outro.
No dia seguinte fui assistir no teatro Leblon, sala Tonia Carreiro, o espetáculo “Nós Sempre Teremos Paris”. Algo leve que faz a nossa alma sonhar.
A peça está calcada num aspecto da vida humana: aquele em que a sorte se apresenta, mas as pessoas a deixam passar. Nela um homem e uma mulher, dois brasileiros, se conhecem por uma mágica do acaso num café de Paris do Boulevard Montparnasse, mas por estarem presos nas próprias inibições deixam a chance escapar. Passaram vinte anos cada um em suas vidas, sonhando com aquele momento.
Diante dessa história, me coloquei a pensar em todos aqueles em que a vida apresenta uma oportunidade, uma circunstância favorável, uma chance para algo desejado, mas não se responsabilizam, não se mobilizam para realizarem o desejo através da parcela de trabalho, ou com o compromisso com os processos que envolvem a construção do que se quer para si. 
Ficam no querer queria. 
Desejam magias sem mágicas... As mágicas envolvem truques. Para realizá-las necessita de treinos disciplinados com o aprendizado de técnica e muito trabalho.
Muitos querem que a feiticeira balance o narizinho, ou que um gênio esfregue a lamparina para que tudo se transforme.
Outro dia no jornal O Globo, seção de Histórias em Quadrinhos, havia uma chamada: “Bastidores das Historias Infantis” em que tinha no desenho o Lobo Mau diante dos três porquinhos onde se dizia:
“Vocês sabiam que quando um Lobo Mau toma posse do cargo tem que fazer um juramento solene?”
Nesta historinha entre tantas mensagens ressalto uma: para ser Lobo Mau tem que fazer um juramento de estar imbuído de tudo que o envolve e o perfaz.
Para ser o Lobo Bom também.
Depois destas reflexões, quando me falarem que a felicidade é derivada de uma benção divina para poucos, defini para mim que vou concordar... Vou afirmar que sim...
Por que? Porque percebo que infelizmente são poucos os que querem assumir a realização do trabalho profundo do equilíbrio para a vida. Um processo que é “mágico” e que faz “magia” para quem o elabora muito. 
Quando me perguntarem sobre uma receita, vou passar uma para a felicidade que é mágica... A receita?
Aí está:
1 Kg de desejo;
500 gramas de disponibilidade;
Uma colher de sopa bem cheia de decisão;
Duas xícaras de perdão ao destino;
Uma colher de chá de propósitos de vida.
Misture tudo durante muito tempo. Unte uma forma com amor próprio. Coloque a mistura na forma. Polvilhe com crença. Ponha no forno das suas elaborações.
Deixe aquecer com a sua perseverança.
Depois de pronto, decore com pitadas de gratidão e sirva a sua realidade.
Excelente para celebrar os recomeços.
Depois de você exercitar a receita da felicidade e passar a viver com naturalidade a sua nova habilidade em ser... Aplauda a si com generosidade e fervor para que os “deuses” possam ser despertados para abençoar a sua nova atuação de vida.

INVEJAS e Olhos Grande

Invejas

Outro dia me perguntaram se a inveja era realmente um sentimento nocivo e se as “maldadezinhas” sociais eram atitudes derivadas dela e ao final me lançaram a seguinte pergunta:
“Jorge, o que é afinal a inveja?”
Lembrei-me na hora do conto de fadas, em que as duas filhas da madrasta, feias e enciumadas da beleza delicada da filha do padrasto delas, tentam transformar a vida da Gata Borralheira num suplício. O trio de invejosas aproveitava a ausência do pai da linda menina para maltratá-la e humilhá-la.
Já se pode bem compreender que a inveja é um sentimento direcionado a algo bom. É um derivativo perverso do desejo de ser ou de ter um contexto ou mesmo algo.
Daí, a inveja das três pela beleza da gata borralheira, pela sorte do destino de alguém. Uma pessoa também pode invejar a família que você formou, a sua estabilidade emocional, a presença de pais amorosos na sua vida, a sua compra de uma casa, o seu sucesso, a sua viagem, a sua perda de peso, o seu cabelo e a cumplicidade que conquistou como casal. Pode também invejar a trajetória bem sucedida de seus filhos e a chegada de uma grande e boa notícia...
O invejoso tem sempre uma maldade contida no pensamento e tem o secreto momento delícia, como o anuncio da margarina em que no provador de uma loja diante de duas vendedoras a apresentadora Fernanda Lima não consegue fechar uma calça... Elas suspiram de prazer e alívio... Dá já para entender bem!!!
Fui assistir no Teatro Leblon, sala Fernanda Montenegro, a peça “Cruel” com Gianecchini, Maria Manuela em excelente atuação e Erik Marmo, num texto do teatro íntimo de Strindberg, onde disse que nesta concepção ele iria mostrar a vida em breves instantes. Em uma montagem de setenta minutos, testemunhamos o perverso e o sutil plano de um marido abandonado, para destruir o segundo casamento da ex-esposa. Com esta finalidade se aproxima do atual marido dela sem que ele pudesse supor que era o ex e se faz de amigo. O personagem de Gianecchini estabelece um mímico laço de cumplicidade e amizade de modo a despertar a confiança e fazer com que o outro abra o coração e se deixe influenciar pelas palavras escamoteadas e maléficas... Palavras cruéis. Neste intento derivado do despeito e da inveja tenta destruir o que desejava, mas não mais poderia ter. Tenta minar a segurança da ex através das sutis insinuações que ela estava envelhecida...
Quantas vezes podemos testemunhar esses comentários venenosos!!!
A inveja é um sentimento muito mais presente no cotidiano do que as pessoas imaginam. Ela pode ser uma admiração envenenada.
Conheço a história de uma mulher que admirava tudo que a irmã havia conquistado: o casamento; a família e a satisfação, mas a realidade da outra representava um desejo que não foi realizado. Quando nasceu o caçula e a irmã a chamou para ser madrinha, foi suscitando nela uma inveja que despertou um ressentimento pela vida que a tornou uma solteira amarga e crítica, maníaca. Quem já não viu a boa solteirona, mas que é no convívio uma mulher tensa e crítica?
Já vi também noras terem comportamento hostis com os sogros e a sogras por no fundo invejarem a aura familiar de cumplicidade e de amor que os constituem no contexto.
De fato a arte imita a vida.
Quando testemunhamos nas novelas, nos seriados cenas de inveja como no filme Desejo e Reparação do diretor Joe Wright, em que conta a história de Briony de treze anos que usa a imaginação de escritora para acusar Robbie Turner, filho do caseiro e namorado da irmã mais velha dela Cecilia, de um crime que ele não cometeu. A acusação destruiu de forma dramática o destino das pessoas envolvidas. Por desejar Robbie e invejar a condição de mulher da irmã, arma este plano perverso. 
As situações podem parecer exacerbadas para o plano real. No entanto a vilania é muito mais presente do que as pessoas imaginam e por vezes acontecem em comentários maldosos disfarçados sob o tom aveludado da fala nos almoços nos clubes e mesmo nas reuniões de trabalho.
No conto da gata borralheira, as irmãs postiças invejam a beleza e a juventude... Em outro conto, temos a história da bruxa má que envenena a maçã para colocar a Branca de Neve no sono da morte. 
Estas histórias narram e anunciam as questões do desejo e da derivação invejosa que a condição positiva de uma pessoa pode suscitar, mas as pessoas têm preconceito em enxergar que quem nos ama pode viver este sentimento de modo ambíguo, pois nele poderá encontrar contida a inveja.
A inveja é um ciúme da boa destinação do outro. 
Temos atualmente na novela Amor a Vida o ciúme invejoso do Felix pela irmã amada pelo pai que o rejeita. Encontramos na Bíblia a inveja assassina em Caim por Abel.
Na crônica do Veríssimo no O Globo, intitulada “A Explicação” ele escreveu: “Já se especulou como a História seria outra se Adolfo Hitler tivesse se tratado com seu conterrâneo e contemporâneo Sigmund Freud, em Viena. Curado de seus complexos e fobias, Hitler teria abandonado a ideia de dominar o mundo e se contentado em dominar um só quarteirão...”
Talvez, através desta suposta análise, Hitler tivesse um menor sentimento de rejeição e inferioridade e com isso conseguisse eliminar nele a necessidade desmedida de busca de poder para compensar a falta de valor que carregava em si. Quem sabe teria menos ódio daquilo que não havia obtido em sua vida e teria menos inveja daqueles que desejava dominar e daqueles que queria eliminar? 
O Vilão maltrata apenas quem é significante aos olhos dele, quem representa algo que o toca e por isso o incomoda. 
Barrar o Hitler na academia de belas Artes em Viena e outras tantas vivências de rejeição gerou naquela estrutura o “Invejoso” e “Tirano Perverso”... A História fala por si.
Portanto as situações de felicidade, de contentamento e de alegrias, trazem os bons destinos, mas aportam junto o olhar hostil e envenenado daqueles que não conquistaram e não souberam fazer um apaziguamento da própria frustração.
Respondendo a pergunta sobre se de fato a inveja existe nos próximos.
Digo: Sim.
A inveja pode existir em todos nós de alguma maneira.
Diante deste “Olho Grande” o que fazer?
Primeiro compreender que quem inveja está destituído de algum senso de autoestima, de algum senso de valor e carrega uma falta de si... Carrega frustrações sem elaborações...
Envenena com ressentimentos o coração.
Envenena a maçã.
O antídoto?
Exercitar o olhar de gratidão sobre as próprias conquistas para que possa a ternura que brota limpar a venenosa inveja.
Contra o veneno alheio?
Do Olho Grande se defende com Olho Vivo!